No 25º aniversário da introdução do Adestramento Paraequestre nos Jogos Paralímpicos, 77 atletas de 26 países prometem a mais acirrada disputa até hoje. A exemplo dos Jogos Olímpicos o parque equestre Baji Koen em Tóquio recebe o hipismo. Esse ano, 15 países competem por equipes. O Brasil será representado por dois conjuntos – Rodolpho Riskalla montando Don Henrico e Sérgio Froés Oliva com sua nova montaria Milenium - na disputa individual. No mais recente ranking da Federação Equestre Internacional (FEI) Rodolpho Riskalla, que reside na Alemanha, ocupa a vice-liderança do Grupo IV e o 11º lugar na classificação geral, e o brasiliense Sérgio Oliva, que mora no Brasil e estava sem competir devido à pandemia, em 16º no Grau I e 57º no ranking geral.
Dono de dois bronzes nos Jogos do Rio 2016, o brasiliense Sérgio 39 anos completos em 17/8, chegou a Tóquio para sua quarta disputa Paralímpica consecutiva. Já o paulista Rodolpho Riskalla, 36 anos, radicado na Alemanha, estreou nos Jogos do Rio 2016 e está de volta a Tóquio cinco anos depois de subir no palco do FEI Awards 2016 realizado no Japão para receber o troféu como vencedor da categoria Against All Odds (contra todas as adversidades), premiação anual promovido pela FEI.
Acompanham a competição Marcela Parsons, diretora de Adestramento Paraquestre da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) e treinadora de Sergio Oliva, ao lado de Rosangele Riskalla e Holga Finken, treinadores de Rodolpho Riskalla, veterinários e equipes de apoio.
Histórico brasileiro em Paralímpiadas
O Adestramento Paraequestre estreou na Paralimpíada de Nova York (EUA), com representantes de seis países. A baixa participação contribuiu para que a modalidade só voltasse ao programa oficial a partir dos Jogos de Atlanta 1996.
O Brasil fez sua primeira participação nos Jogos de Athenas em 2004 com Marcos Fernandes Alves, o Joca, que terminou em 9º lugar. A técnica foi Marcela Pimentel. Dos 69 atletas, 47 eram mulheres.
Nas Paralimpíadas de Pequim 2008, disputadas em Hongkong no caso do hipismo, pela primeira vez o Brasil estreou como equipe. O destaque foi Marcos Fernandes Alves que montando Luthenay, no Grau Ib, conquistou dois bronzes, prova técnica e Freestyle. O Time Brasil contou também com Sérgio Ribeiro Fróes de Oliva (Grau Ia), Davi Salazar Pessoa Mesquita (Grau Ib), Elisa Melaranci (Grau II) e a chefe de equipe Marcela Frias Pimentel Parsons fechando em 11º lugar. Competiram 73 atletas, sendo 50 mulheres.
Na Paralimpíada de Londres o Time Brasil, 13º colocado entre 16 países, foi formado por Marcos Fernandes Alves, o Joca, e Davi Salazar Pessoa Mesquita no Grau Ib, Sergio Froes de Oliva no Grau Ia e Elisa Melaranci no Grau II. A chefe de equipe foi Marcela Parsons. Dos 78 atletas, 56 eram mulheres.
Na Paralimpíada Rio 2016, o Time Brasil ficou em 7º lugar entre 14 países. O melhor resultado foi do atleta do Grau Ia Sérgio Froes Oliva que montando Coco Chanel conquistou dois bronzes: nas provas técnica e Freestyle. Completaram o time Vera Mazzili (Grau Ia), Marcos Fernandes Alves (grau Ib) e Rodolpho Riskalla/Dom Henrico (à época Grau III). A chefe de equipe foi Marcela Parsons. No mesmo ano, Rodolpho Riskalla conquistou o FEI Awards, categoria Against All Odds (contra todas as adversidades) promovido pela Federação Equestre Internacional. O prêmio foi entregue em Tóquio, Japão.
Último Mundial
Nos Jogos Equestres Mundiais, disputados a cada quatro anos, que tiveram sua última edição em 2008 em Tryon, nos Estados Unidos, o Brasil fez sua melhor campanha na competição. Rodolpho Riskalla, cavaleiro de Grau IV que montou Dom Henrico registrou as mais altas notas médias finais: 73,366% na prova técnica e 77,780% no Freestyle. O Time Brasil, 7º colocado, contou com Riskalla, os medalhista paralímpicos Sérgio Froés Oliva/Coco Chanel M (Grau Ia) e Marcos Fernandes Alves/Vladmir (Grau Ib) e a paralímpica Vera Lúcia Martins Mazzilli/Ballantine (Grau Ia).
Adestramento Paraequestre é disputado em cinco graus
Atualmente são cinco os graus no adestramento paraequestre - I, II, III, IV e V - do maior ao menor grau de comprometimento físico do atleta. No grau I, os atletas competem somente a passo, no Grau II, a passo e trote e Grau III para cima, nas três andaduras: passo, trote e galope.
No Grau I, em Brasil será representando por Sergio Froes Oliva com Milenium, de criação da Letonia de 9 anos e no Grau IV por Rodolpho Riskalla com Don Henrico, um hannoverano de 18 anos.
Perfis e principais conquistas
Sergio Fróes Ribeiro Oliva
HISTÓRICO: Sérgio é irmão gêmeo de Flávio e Eduardo. Nasceu prematuro e por falta de oxigenação na incubadora ficou com paralisia cerebral. O cavalo entrou na vida de Sérgio através da equoterapia quando tinha oito anos como método para auxiliar o seu processo de desenvolvimento psíquico motor. Depois de praticar outros esportes, aos 13, o brasiliense tropeçou na saída do edifício onde morava e caiu na vidraça da portaria, cortando-se com os estilhaços. O acidente lesionou os nervos na altura das axilas e Sérgio perdeu os movimentos do braço direito.
Depois de um intercâmbio nos Estados Unidos retornou ao Brasil, terminou o ensino médio, voltou a praticar o hipismo em 2002 e em 2005, quando optou apenas pelo Adestramento Paraequestre. Passou a competir e somar conquistas em campeonatos regionais, nacionais e internacionais como Paralimpíadas, Mundial, Parapan, Jogos Equestres Mundiais e Sul-americano.
PRINCIPAIS CONQUISTAS: Duas medalhas individuais de bronze nos Jogos do Rio 2016 (provas técnica e estilo livre), Campeão Mundial 2007 em Hartpury, Inglaterra (ouro na prova técnica e bronze no estilo livre); bronze nas provas técnica e estilo livre no CDPI3* de Hartpury, Inglaterra, 2016; ouro nas provas técnica e estilo livre no CPEDI 3* International de Hartpury de 2019; ouro na prova técnica e no estilo livre e prata por equipe nos Jogos Parapan-Americanos de Mar del Plata 2003; Campeão Sul-americano em São Paulo 2005; bronze na II Copa Sul-americana em São Paulo 2004. Cinco vezes (2012, 2014, 2015, 2016 e 2017) eleito o melhor atleta paralímpico do Hipismo promovido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Heptacampeão Brasileiro (2005, 2006, 2007, 2008, 2012, 2013 2018).
Rodolpho Riskalla de Grande
HISTÓRICO: Atleta que até 2015 competiu no Adestramento convencional com várias conquistas. A partir da década de 2000 se transferiu para Europa treinando com renomados nomes da modalidade. Em 2015 contraiu meningite bacteriana e como consequência da doença sofreu a amputação tibial das duas pernas, mão direita e dedos da mão esquerda.
PRINCIPAIS CONQUISTAS: Duas medalhas de prata (técnica e estilo livre) nos Jogos Equestres Mundiais de Tryon/EUA, em 2018; 10º individual e 7º por equipe nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016; vencedor em 2016 do FEI Awards, categoria Against All Odds (contra todas as adversidades) promovido pela Federação Equestre Internacional; tricampeão do CPEDI3* de Doha, no Catar e do CPEDI3*em Mannheim, na Alemanha (2019, 2020 e 2021); líder do Grupo IV da FEI em 2018 e vice-líder em 2021; homenageado com o selo temático do passaporte da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) em 2021. No Adestramento, onde competiu até 2015, foi bicampeão Sul-americano Young Riders 2004, tricampeão Brasileiro e único atleta do país em uma FEI World Breeding Dressage Championships for Young Horses, em 2013. Melhor atleta paralímpico do Hipismo em 2018 e 2019 em premiação promovida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Agenda
Rodolpho e Don Henrico são o terceiro conjunto no picadeiro no Grau IV, abrindo a participação brasileira nessa quinta-feira, 26, às 6h9min (fuso brasileiro). Sergio e Milenium estream na sexta-feira, 27, e ordem de entrada ainda não saiu.
PROGRAMAÇÃO ADESTRAMENTO PARAEQUESTRE EM TÓQUIO
Quinta, 26/08
16:00 (Brasil 4:00) – Dressage Individual Test – grau 2
17:51 (Brasil 5:51) – Dressage Individual Test – grau 4
Rodolpho Riskalla entra as 06h09 (Brasil)
20:31 (Brasil 8:31) – Dressage Individual Test – grau 5
Sexta, 27/08
16:00 (Brasil 4:00) – Dressage Individual Test – grau 1
19:14 (Brasil 7:14) – Dressage Individual Test – grau 3
Sábado, 28/08
17:00 (Brasil 5:00) – Dressage Team Test to Music – grau 2
18:14 (Brasil 6:14) – Dressage Team Test to Music – grau 1
19:54 (Brasil 7:54) – Dressage Team Test to Music – grau 3
Domingo, 29/08
18:00 (Brasil 6:00) – Dressage Team Test to Music – grau 5
19:32 (Brasil 7:32) – Dressage Team Test to Music – grau 4
Segunda, 30/08
9:00 – Segunda inspeção veterinária (Brasil: 29/8, às 21h)
16:00 (Brasil 4:00) – Dressage Individual Freestyle Test – grau 4
17:14 (Brasil 7:14) – Dressage Individual Freestyle Test – grau 5
18:33 (Brasil 6:33) – Dressage Individual Freestyle Test – grau 3
19:47 (Brasil 7:47) – Dressage Individual Freestyle Test – grau 2
21:01 (Brasil 9:01) – Dressage Individual Freestyle Test – grau 1
Fonte: Imprensa CBH - Carola May e Rute Araujo
Informações e pautas especiais:
Carola May - imprensa@cbh.org.br
+ 55 11 99715 9499
Rute Araujo - ruthe.araujo@uol.com.br
+ 55 11 99131.4712
Isabella Campedelli - comunicacao@cbh.org.br
+55 21 2277.9151
Com a criação nacional em alta, as provas de Cavalos Novos mais uma vez apontam para qualidade do cavalo Brasileiro de Hipismo (BH). José Roberto Reynoso, candidato ao penta no GP Internacional, venceu a série 7 anos com o BH Cornetino JMen.
Mais esperado evento da temporada 2025 no Brasil e principal em recinto fechado na América do Sul, o Longines São Paulo Horse Show reúne a nata do hipismo brasileiro e convidados do Exterior.
"Estou muito feliz, o cavalo está vindo em uma crescente. A cada concurso tem saltado melhor e estamos cada vez mais perto do nosso objetivo que é saltar bem os GPs 5 estrelas", destacou o jovem talento João. Também pelo Brasil, Gilberto Sayão da Silva emplacou em 3º no GP1*.
Stephan Barcha, campeão pan-americano 2023, e Marlon Zanotelli, campeão pan-americano 2019, estão entre os destaques no Internacional Deauville Classics, na França, com forte participação brasileira. Próxima parada de Stephan é o Internacional Longines SP Horse Show, o 35º Indoor, na Hípica Paulista